A operadora de satélites Hispasat decidiu entrar no mercado de streaming… Mas o serviço é completamente OTT e desenhado para operar pelas redes de banda larga fixa, sem satélite. Trata-se do Wave OTT, uma plataforma “white-label” de distribuição de conteúdos para provedores de Internet. A empresa terá dois modelos: a oferta apenas da plataforma, em que o ISP parceiro fica responsável pela negociação da programação, e o modelo em que o conteúdo já vem empacotado (Wave OTT Plus). Nesse caso, trata-se de uma solução turnkey, pensada para não exigir nenhum trabalho do ISP. “A gente quer oferecer um modelo turn-key, em que o operador de banda larga não faz quase nenhum investimento inicial”, explica Sérgio Chaves, diretor de negócios para a América do Sul.
A entrada da Hispamar no negócio de streaming se deve a uma aquisição realizada em 2021 da Media Networks, braço de TV por assinatura do grupo Telefónica para a América Latina, em abril de 2021. “Temos a estrutura de headend para receber os sinais, mas a ideia foi criar um modelo totalmente OTT”, diz o executivo.
O fato de ter uma plataforma white-label permite que a Hispasat possa fazer a customização da identidade visual da interface de usuário e das marcas em função do parceiro de distribuição. A empresa busca oferecer os serviços aos provedores de Internet, dentro da perspectiva de criar ao cliente de banda larga um maior valor agregado. Outro diferencial é que a plataforma, desenvolvida em parceria com a Nagra, permite controle de auditoria aos provedores de conteúdo e programadores.
Em termos de conteúdo, a Wave OTT tem hoje acordos com Universal, Warner Bros. Discovery, Sony Pictures, Simba entre outras.
Cláudio Lessa, diretor responsável pelo projeto, explica que o modelo da Wave OTT é totalmente baseado em software e o desenvolvimento prevê a integração com caixas conectadas, TVs conectadas e acesso direto via app. Além de canais lineares, negociados por meio da Associação NEO, o serviço tem ainda conteúdo sob-demanda da Ubiquity. O serviço está sendo ofertado na Colômbia, Peru, Equador, Venezuela, Chile, Bolívia, Argentina e Brasil. “No Brasil é complicado falar do potencial de mercado porque há casos de adoção de 5% e há casos de mais de 40%, mas com certeza existe uma demanda muito grande por serviços de streaming”, diz Chaves.
Fonte: Teletime